
Roseli Aparecida
4 de julho de 2025Roseli Aparecida da Silva – Colunista: Portal Mundo Maior
A morte solitária de Juliana Marins
Ontem todas as mídias falaram sobre a morte da publicitária Juliana Marins que fazendo uma trilha numa das montanhas mais altas da Indonésia, caiu numa encosta de um vulcão, um local de difícil acesso para resgate, e por fim, depois de vários dias, foi resgatada, sem vida.
Já deixo aqui minha solidariedade a toda família, e o desejo de que ela logo se restabeleça desse trauma, e dê continuidade a sua vida no mundo espiritual.
Mas o que me assombrou mesmo foi a sensação de indiferença, falta de empatia e egoísmo que eu senti por conta das pessoas que estavam com ela na trilha, afinal ela escolheu fazer uma trilha em grupo!
Minha intenção não é julgar as pessoas, mas a atitude, ou, a falta de atitude.
São situações como essas que dão a oportunidade de todos nos questionarmos, como humanidade, esse ser coletivo que pulsa vida, por que somos tão egoístas a ponto de deixar alguém morrer sozinha?
Será por medo do comprometimento? Por não saber como ajudar ou simples individualismo mesmo? Ah, o problema é dela!
Vivemos em uma sociedade onde tudo é substituível. O que não produz mais, deve ser descartado!
Facilmente substituímos relacionamentos, trabalho, mas vidas humanas??!! Não deveria ser assim!
Onde queremos chegar com atitudes como essas? Temos vivido mais afastados do que nunca, depois da pandemia, parece que o egoísmo e individualismo veio à tona e perdemos a noção de comunidade e solidariedade, não nos sentimos mais responsáveis por ninguém, mesmo que, como a Juliana, a pessoa esteja vulnerável e precisando de ajuda!
Enquanto ela estava bem, feliz, tudo ótimo, mas ao cair, foi como se ela se tornasse invisível, e ela não gritou mais, não teve mais forças, não tinha água, não tinha alimentos, roupas para o frio intenso da noite, ela sumiu, devagar, gradativamente!!!
Sumiu também das mentes daqueles que estavam com ela na trilha, sumirá também das nossas mentes daqui a algum tempo, mas não sumirá daqueles que a amavam, sua família, seus amigos, seus amores.
Sou otimista e sei que estamos a caminho de um mundo melhor, mas, precisamos voltar a enxergar, estamos cegos pela correria da vida, cegos pelo ego, pelo egoísmo, pelos nossos próprios interesses.
Até quando? Cada vez que falhamos com um irmão, nos afastamos de Deus, de suas leis que são a margem segura de um rio límpido e brando.
“O mal triunfa quando os bons se omitem”, diz a frase, e o egoísmo é a forma mais sutil dessa omissão.
Uma reflexão para este final de texto: – A quem estou deixando morrer em silêncio ao meu redor?
Fonte imagem: Instagram | Reprodução
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